Das Leis Naturais
P:Quando um ser se perde?
Quando se afasta das leis naturais e morais às quais se encontra sujeito pela sua condição humana.
P: E quando ele se encontra?
Quando procura viver em afinidade absoluta com as mesmas.
P: Há que se decorar um código de leis para ser feliz?
O Ser Humano possui um sentimento superior. Ao ligar a sua consciência à consciência suprema, dificilmente o Ser se equivocará nos caminhos a seguir.
Temos na carne, a fome e assim nos alimentamos. Se trabalhamos por esse alimento, se o conquistamos de forma justa, cumprimos com a Lei Natural dentro da ótica da Lei Moral. No entanto, sendo homens, se conquistamos um alimento em detrimento do próximo, seja expropriando ou lançando-o na fome, violamos um Código Moral.
P: E se o alimento for pouco? A sobrevivência justifica que uns comam em detrimento dos outros?
Se observarmos apenas o impulso físico da sobrevivência, até matar o próximo para se alimentar parecerá correto. No entanto, à medida que o ser evolui despoja-se dos impulsos primários e assim precisa se guiar conforme os ditames da evolução social. Se mesmo nos tempos de crise, de fome e de guerras, se observar a Lei Moral Suprema, que prega a renúncia de si mesmo em benefício do próximo, passar-se-á fome ou morrerá para que o outro viva. Esse sacrifício atenta contra a Lei Natural do corpo, que quer a vida, mas cumpre com a Lei Moral Divina, que estabelece a renúncia.
P: Qual a mais importante?
A que nos contará para todo o sempre. O corpo perece, o espírito continua e vivifica eternamente. Qual vos parece mais apropriada seguir?
P: Não parece ilógico seguir uma Lei que nos leva à extinção?
Sim. Se tomardes ao pé da letra que a existência material é única. Quando se entende que o homem continua, que a vida continua, novos devem ser os ditames a vos guiar para evoluirdes sempre.
Então, se estabelece que se deve passar fome para que o outro tenha o que comer?
O que faz a mãe quando só há de comer para ela ou para o filho? Não sacrifica-se em nome do amor? O que diríamos dela se fizesse o contrário. Há aí uma dupla ação: o da sobrevivência da espécie associada à força do amor pelo filho.
Quando vos amardes completamente, entendereis a finalidade suprema da vida e vos elevareis a um novo padrão moral que fará modificarem-se as Leis Humanas que vos regem. Essa marcha é contínua, por vezes muito sutil, mas ocorre, muitas vezes, sem que se apercebam e quando o notarem já haverão progredido.
P: Não estaria esse modo de pensar muito longe da realidade?
A vossa percepção da realidade não muda à medida que passais da infância à juventude e daí à maturidade? Vossos ideais não mudam? O mesmo se dará com a humanidade quando o sentimento supremo do egoísmo e da conservação forem sublimados pelos da renúncia e da fraternidade. Tal conduta vos parece estranha por que é muito distante de vós e da vossa forma de viver e de pensar atualmente. Ela se tornará natural, óbvia e coletiva quando evoluirdes em Compaixão e Amor pelo próximo. Sabereis que é melhor que o outro viva essa vida, pois estarás interessado em evoluirdes e saberás que a renúncia é um sentimento que somente habita aquele que já se despojou da ditadura do ego em prol da felicidade coletiva.
Um Espírito Amigo.
Goiânia, 13 de Abril de 2012.
Médiun: J.A.L.N.
Considerações do autor encarnado: o diálogo deu-se espontaneamente enquanto líamos e estudávamos o Livro dos Espíritos, Parte Terceira, Capítulo 1 – Da Lei Divina ou Natural. O texto passou a surgir diante de nós naturalmente e, à medida que fazíamos perguntas mentalmente, as respostas foram sendo obtidas. Devido à profundidade do tema e a grande diferença do nosso modo habitual de nos expressarmos e de pensar, temos a suspeita de ter sido uma mensagem inspirada ou psicografada, como queiram, sem desejo de mistificação ou promoção, apenas para estudo, reflexão e ampliação do conhecimento.